Em vista ao novo governo americano e as declarações eleitorais de Donald Trump, alimentou-se a expectativa recente de que o Federal Reserve poderia adotar um discurso mais Hawkish (tendente à alta) nos juros americanos, como forma de “defesa” das ações de cunho fiscal expansionista.
Isso se colocou evidente no discurso recente de diversos membros do FOMC. Entretanto, o comunicado da reunião de hoje foi o mais plain vanilla que se poderia esperar, ou seja, preferiu não agir, ou mesmo se manifestar diante do atual cenário, com um comunicado neutro. Com isto, o mercado tende a adotar uma postura mais dovish, mesmo sem a perspectiva de cortes de juros em nenhum momento.
Segue o comunicado traduzido:
As informações recebidas desde que o Comitê Federal de Mercado Aberto se reuniu em dezembro indicam que o mercado de trabalho continuou a se fortalecer e que a atividade econômica continuou se expandindo a um ritmo moderado. Os ganhos de emprego continuaram sólidos e a taxa de desemprego permaneceu perto de sua recente baixa. Os gastos das famílias continuaram a subir moderadamente, enquanto o investimento fixo das empresas tem sido suave. As medidas do sentimento dos consumidores e das empresas melhoraram nos últimos tempos. A inflação aumentou nos últimos trimestres, mas continua abaixo da meta de longo prazo do Comitê de 2%. As medidas de compensação da inflação baseadas no mercado continuam baixas; A maior parte das medidas baseadas em pesquisas de expectativas de inflação de mais longo prazo pouco mudaram.
Consistente com seu mandato estatutário, o Comitê busca fomentar o máximo emprego e estabilidade de preços. O Comitê espera que, com ajustes progressivos da orientação da política monetária, a atividade econômica deva se expandir a um ritmo moderado, as condições do mercado de trabalho irão se reforçar um pouco mais e a inflação se elevará para 2% a médio prazo. Os riscos de curto prazo para as perspectivas econômicas parecem estar relativamente equilibrados. O Comitê continua a acompanhar de perto os indicadores de inflação e a evolução econômica e financeira a nível mundial.
Em vista das condições reais e projetadas do mercado de trabalho e da inflação, o Comitê decidiu manter o intervalo de meta para a taxa dos FED Funds entre 0,50% e 0,75% aa. A postura da política monetária permanece acomodatícia, apoiando assim um maior reforço das condições do mercado de trabalho e um retorno à inflação de 2% aa.
Ao determinar o calendário e o tamanho dos ajustes futuros para a meta da taxa dos Fed Funds, o comitê avaliará as condições e projeções econômicas em relação a seus objetivos de máximo emprego e de 2% de inflação. Essa avaliação levará em conta uma vasta gama de informações, incluindo medidas de condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionárias e as expectativas de inflação e leituras sobre a evolução financeira e internacional.
À luz da atual defasagem da inflação de 2%, o Comitê irá monitorar atentamente o progresso da inflação real e esperada em direção a sua meta.
O Comitê espera que as condições econômicas evoluirão de uma maneira a justificar um aumento apenas gradual na taxa dos Fed Funds; é provável que a taxa dos Fed Funds se mantenha, durante algum tempo, abaixo dos níveis que se prevê venham a prevalecer no longo prazo. No entanto, o caminho real da taxa dos Fed Funds vai depender do panorama econômico como informado por dados.
O Comitê manterá sua política existente de reinvestir os pagamentos do principal de suas participações nas agências de crédito e dos títulos lastreados em agências de hipotecas e na rolagem sobre o vencimento de títulos do Tesouro em leilão, e antecipa fazê-lo até que a normalização do nível da taxa dos Fed Funds esteja num bom caminho. Esta política, mantendo participações do Comitê de títulos de longo prazo em níveis consideráveis, deve ajudar a manter condições financeiras acomodatícias.
A votação para a ação de política monetária do FOMC foi: Janet L. Yellen, Presidente; William C. Dudley, Vice-Presidente; Lael Brainard; Charles L. Evans; Stanley Fischer; Patrick Harker; Robert S. Kaplan; Neel Kashkari; Jerome H. Powell; e Daniel K. Tarullo.
Jason Vieira
Economista-Chefe – Infinity Asset
Jason.vieira@infinityasset.com.br
© 2015 Infinity Asset – Este relatório foi preparado pela Infinity Asset e é distribuído com a finalidade única de prestar informações ao mercado em geral. Apesar de ter sido elaborado com todo o cuidado necessário de forma a assegurar que as informações aqui prestadas reflitam como precisão as informações do mercado financeiro, elas não podem ser consideradas como garantia de operações lucrativas, por se tratar de um mercado de risco. Motivo pelo qual a Infinity e a CVM não se responsabilizam por quaisquer prejuízos de quaisquer naturezas, por perdas diretas ou indiretas derivadas do uso das informações constantes do mencionado relatório de seu conteúdo. Este documento não deve ser considerado uma oferta de venda dos fundos, nem tampouco constitui um prospecto previsto na Instrução CVM nº 409/2008 ou no Código de Auto-Regulação da Anbima. As informações aqui apresentadas foram baseadas em fontes oficiais e de ampla difusão. A Infinity não se responsabiliza por eventuais divergências e/ou omissões. As opiniões aqui constantes não devem ser entendidas, em hipótese alguma, como uma oferta para comprar ou vender títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. As informações deste material são exclusivamente informativas. Fonte das Projeções Internacionais: Bloomberg LP. Economista Responsável: Jason Freitas Vieira – Corecon 31.464. Este relatório não pode ser reproduzido, distribuído ou publicado por qualquer pessoa, para quaisquer fins sem autorização prévia
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