O Federal Reserve começa abrir espaço para a elevação de juros nos EUA em dezembro com o voto favorável à elevação de juros de Esther L. George, adicionados os de Loretta J. Mester, e Eric Rosengren no comitê de política monetária (FOMC). A sinalização se reforça com a indicação de atividade econômica já fora do termo “moderado”. A indicação do Fed segue em linha com o nosso call para o início do aperto monetário americano em Dezembro, durante a apresentação das projeções macroeconômicas do Fed.
Apesar das reduções dos riscos do cenário internacional, principalmente o Brexit e a melhora de indicadores corporativos e econômicos, o FOMC deve coletar ainda mais ativos para tomar a decisão de maneira fundamentada.
Segue o comunicado traduzido:
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As informações recebidas desde que o Comitê Federal de Mercado Aberto se reuniu em Julho indicam que o mercado de trabalho continuou a se fortaleceu e que a atividade econômica se elevou quando comparado ao ritmo moderado observado no primeiro semestre deste ano. Embora a taxa de desemprego tenha mudado pouco nos últimos meses, os ganhos do mercado de trabalho têm sido sólidos, em média. A despesa das famílias tem crescido fortemente, porém o investimento fixo das empresas tem sido suave. A inflação continuou a se manter abaixo da meta de 2% aa do Comitê, refletindo em parte quedas anteriores dos preços da energia e dos preços das importações não energéticos. As medidas baseadas no mercado de compensação de inflação permanecem baixas; a maioria das medidas baseadas em pesquisas de expectativas de inflação de mais longo prazo pouco mudaram, em termos globais, nos últimos meses.
Consistente com seu mandato estatutário, o Comitê busca fomentar o máximo emprego e estabilidade de preços. O Comitê espera neste momento que, com os ajustes graduais na orientação da política monetária, a atividade econômica vai se expandir em um ritmo moderado e os indicadores do mercado de trabalho irão se fortalecer ainda mais.
A inflação deverá manter-se baixa no curto prazo, em partes por causa de declínios anteriores dos preços de energia, mas tende a subir para 2% no médio prazo, conforme os efeitos transitórios de quedas anteriores de preços da energia e de importação se dissiparem e o mercado de trabalho se fortaleça ainda mais. Os riscos de curto prazo para as perspectivas econômicas parecem mais ou menos equilibrados. O Comitê continua a acompanhar de perto os indicadores de inflação e os desenvolvimentos econômicos e financeiros globais.
Neste contexto, o Comitê decidiu manter a meta para a taxa dos fundos federais em 0,25% a 0,50%aa. O Comitê avalia que o caso de um aumento na taxa dos Fed Funds reforçou, mas decidiu, por enquanto, para aguardar mais uma prova do progresso contínuo em direção a suas metas. A orientação da política monetária permanece acomodatícia, dando suporte, assim, às outras melhorias nas condições do mercado de trabalho e um retorno a 2% da inflação.
Ao determinar o calendário e a dimensão dos ajustes futuros para a meta da taxa dos Fed Funds, o comitê avaliará as condições e projeções econômicas em relação a seus objetivos de máximo emprego e de 2% de inflação. Esta avaliação levará em conta uma vasta gama de informações, incluindo medidas de condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionárias e as expectativas de inflação e leituras sobre a evolução financeira e internacional.
À luz da atual defasagem da inflação de 2%, o Comitê irá monitorar atentamente o progresso da inflação real e esperada em direção a sua meta. O Comitê espera que as condições econômicas evoluirão de uma maneira a justificar um aumento apenas gradual na taxa dos Fed Funds; é provável que a taxa dos Fed Funds se mantenha, durante algum tempo, abaixo dos níveis que se prevê venham a prevalecer no longo prazo. No entanto, o caminho real da taxa dos Fed Funds vai depender do panorama econômico como informado por dados.
O Comitê manterá sua política existente de reinvestir os pagamentos do principal de suas participações nas agências de crédito e dos títulos lastreados em agências de hipotecas e na rolagem sobre o vencimento de títulos do Tesouro em leilão, e antecipa fazê-lo até que a normalização do nível da taxa dos Fed Funds esteja num bom caminho. Esta política, mantendo participações do Comitê de títulos de longo prazo em níveis consideráveis, deve ajudar a manter condições financeiras acomodatícias.
Votaram a favor da decisão de política monetária foram: Janet L. Yellen, presidente; William C. Dudley, Vice-Presidente; Lael Brainard; James Bullard; Stanley Fischer; Jerome H. Powell; e Daniel K. Tarullo. Votaram contra a ação foram: Esther L. George, Loretta J. Mester, e Eric Rosengren, cada um dos quais preferiu nesta reunião elevar a meta dos Fed Funds entre 0,50% e 0,75%.
Jason Vieira
Economista-Chefe – Infinity Asset
Jason.vieira@infinityasset.com.br
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